Dissertação de Mestrado
Título: “A HISTÓRIA EM CACOS:” A CULTURA MATERIAL JÊ PRÉ-COLONIAL – SÍTIO LITO-CERÂMICO MATO SECO, SÃO GONÇALO DO ABAETÉ, MINAS GERAIS
Autora: Prof. Ma. Natália Gomes Turchetti
Orientadora: Prof. Dra. Maria Leônia Chaves de Resende (DECIS/UFSJ)
A cultura material expressa a relação do indivíduo com sua própria realidade social e cultural. Os objetos são produtos inerentes à condição social e revelam aspectos da história de quem os produziu, possibilitando o redimensionamento do trabalho historiográfico. Assim, o desenvolvimento dessa pesquisa objetivou discutir história indígena a partir dos remanescentes de cultura material, utilizando a interdisciplinaridade como arcabouço teórico-metodológico. Para tanto, por meio de uma abordagem etno histórica, associamos o estudo dos vestígios materiais resgatados no sítio arqueológico Mato Seco, em São Gonçalo do Abaeté, à vasta referência bibliográfica e às análises laboratoriais. Dessa forma, formulamos uma história contada por vestígios cerâmicos da cultura Jê, verticalizando para o entendimento de parte do processo ocupacional em território mineiro. Foi possível, portanto, evocar a memória de sociedades indígenas e compreender o processo de releituras culturais que permearam a constituição identitária brasileira. Desse modo, esse trabalho, a partir de um estudo de caso e da diversificação das fontes, constitui uma etno-história mineira e tenta dar voz àqueles calados por conjunturas omissivas.
Palavras-chave: Etno-história; Interdisciplinaridade; Cultura Material; Identidade.
Dissertação Natália Gomes Turchetti
Iniciação Científica
Edital 003/2020/PROPE
Vigência Out/20 Jul/21
Agência Financiadora: UFSJ
Título: MINAS NATIVA: DINÂMICAS DO POVOAMENTO INDÍGENA EM PRADOS
Autora: Daniela Semola Angonese – discente do curso de História – Licenciatura (UFSJ)
Orientadora: Prof. Dra. Maria Leônia Chaves de Resende (DECIS/UFSJ)
O projeto de iniciação científica procura estudar a dinâmica da ocupação indígena antiga de Minas Gerais a partir dos vestígios de cultura material, essencialmente as cerâmicas. Com base no processo de licenciamento do IPHAN no caso da HOLCIM Brasil S.A. – decorrência da ampliação das minas Fazenda Invernada e Mata do Ribeirão –, analisaremos os vestígios cerâmicos encontrados nos sítios de Prados. As principais fontes são o Diagnóstico e Prospecção Arqueológica (2014) e, por conseguinte, o Relatório Final de Resgate Arqueológico (2016) em que exumaram os patrimônios culturais e materiais presentes anteriormente à instalação do empreendimento. Por essa razão, o processo analisou as áreas principais impactadas. Os vestígios encontrados atestam ocupação por populações pretéritas em pelo menos três sítios datados por termoluminescência. O primeiro é datado a ocupação de populações pretéritas entre 425-215 AP. O segundo, datado entre 1100-410 AP, com um maior potencial de pesquisa visto que nem toda sua área foi resgatada por não ser diretamente afetada. O terceiro, um caso singular, se localiza em uma parte coberta por afloramento rochoso, datado entre 520-415 AP. Tendo em vista o diálogo entre Arqueologia e História, orientado pela Etnohistória, procura-se analisar as relações intrínsecas entre os vestígios de cultura material e os povos nativos. Dessa forma, pretendemos desenvolver um levantamento bibliográfico/uma cartografia acerca da ocupação entre os grupos que ocuparam este território, e de Minas Gerais, partindo da hipótese desses vestígios estarem, consensualmente, ligados ao grupo linguístico Macro-Jê.
Apresentado durante o XVIII Congresso de Produção Científica e Acadêmica da UFSJ, entre 8 e 12 de novembro de 2021.
Premiado como “Destaque do XXVII SIC”.
Iniciação Científica
Edital 005/2021/PROPE
Vigência Out/21 Jul/22
Agência Financiadora: UFSJ
Título: MINAS DOS CATAUÁ?: PERCURSOS HISTORIOGRÁFICOS EM TORNO DA ETNO-HISTÓRIA INDÍGENA DE MINAS GERAIS
Autora: Júlia Rezende Barbosa Ferreira – discente do curso de História – Licenciatura (UFSJ)
Orientadora: Prof. Dra. Maria Leônia Chaves de Resende (DECIS/UFSJ)
A presente pesquisa, de natureza historiográfica, busca refazer o percurso do debate construído entre os etno-historiadores sobre a história indígena de Minas Gerais, nas últimas três décadas (1990-2020), que certamente demonstra as novas articulações entre Antropologia, Arqueologia e História. Deve se considerar que, devido a renovação da historiografia na década de 1990, os estudos da história indígena ganharam um caráter novo, orientados pela etno-história. Nesse sentido, o recorte para a seleção da produção é orientado por dois blocos, sendo eles o da visão ética (produzida por representações externas ao grupo indígena) e o da a visão êmica (representações que os indígenas fazem de si mesmos), partindo de produções realizadas no âmbito acadêmico das Universidades, as principais fontes de pesquisa do trabalho.
Dessa forma, inclui-se as investigações interdisciplinares entre Arqueologia, História e Antropologia para a recomposição da construção historiográfica. Adota-se como referencial as pesquisas sobre a etno-história indígena em Minas, no âmbito dos Programas de Pós-Graduação, na forma de dissertações, teses ou artigos, buscando acompanhar a construção dos principais debates levantados na bibliografia entre o período citado, a fim de contextualizar as inspirações teóricas dos diálogos estabelecidos, identificando marcadores e contribuições conceituais, além de abordar as intersecções de perspectivas, as temáticas e períodos históricos.